Daniel (nome fictício) tinha 13 anos quando foi "descoberto" no Free Firesite da tigre, um jogo eletrônico em que o objetivo principal é ser o único sobrevivente entre adversários que estão no mesmo mapa virtual.
A melhor experiência de apostas online com Super Οdds, Transmissão ao vivo e Cashout. Mais de 4.000 slots, roleta ao vivo e blackjack te esperam naZA9BET! Registre-se agora.Era tão bom que, no ano passado, aos 16, assinou contrato com uma equipe da capital paulista. Sua mãe não quer que o nome dela seja publicado.
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O garoto começou a demonstrar sinais de tristeza. Relatou pressões do técnico que, na frente dos outros, gritava que Daniel não sabia jogar. Após um torneio, há cerca de três meses, ele voltou cabisbaixo e apático. Em uma noite de chuva, chamou a mãe para dizer que a casa em que moravam era mal-assombrada. Foi o começo da avalanche.
![Um homem está sentado em uma cadeira de escritório, com as mãos atrás da cabeça, em um ambiente de trabalho. Ele usa fones de ouvido rosa e óculos. À sua frente, há um monitor de computador e, ao lado, um gabinete de computador com iluminação interna. O fundo é escuro, e o chão é de azulejos brancos.](https://f.i.uol.com.br/fotografia/2024/12/07/1733625780675507b48fe2e_1733625780_3x2_md.jpg)
Poucos dias depois, Daniel reclamou não enxergar direito. Não conseguia dormir. Os pais o levaram a um hospital no Mboi Mirim, zona sul da capital. Ele não reconhecia os familiares e foi internado. Teve um surto psicótico diagnosticado. A mãe diz ter procurado a equipe em busca de ajuda e só o que recebeu foi consulta online com uma psicóloga. Ficou com a impressão de que a profissional levou a conversa por um caminho para culpar os pais. Foi a gota d’água.
fortune tiger"Meu filho se tornou outra pessoa", se queixa.
A família resolveu iniciar um procedimento cada vez mais comum entre os atletas de egames: a busca pelo reconhecimento de vínculo trabalhista. O acordo mais comum entre times e jogadores é o contrato como autônomo. Mas, muitas vezes, segundo relatos ouvidos pela reportagem, nem isso acontece, principalmente nas equipes menores.
"Existem muitas decisões pelo Brasil sobre isso. Há sentenças que reconhecem o egame como atividade esportiva. É feito contrato de autônomo e o jogador precisa cumprir horários exaustivos, se adequar a regras. É como no futebol. O normal seria a carteira de trabalho assinada. A Lei Geral do Esporte prevê pagamento de direitos de imagem, repasse de patrocínios pessoais e premiações", afirma Helio Tadeu Brogna Neto, advogado de Daniel e de outros atletas.
Folha Mercado jogo do tigreEles e elas ficam em concentrações, têm rotina superior a 12 horas de trabalho e sofrem pressão psicológica por resultados.
"Esses mercados de games, assim como o de influenciadores digitais, streamers, são novossite da tigre, e a movimentação de dinheiro é atípica, mas legítima. A Ana Moser [quando era ministra do Esporte] criticou muito a equiparação [do egamer a atleta], mas a rotina desse pessoal é a de atleta. É a mesma coisa", diz Daniel Chiode, advogado trabalhista e que presta assessoria jurídica a equipes.